Política
Qual é a situação social e política no Haiti
hoje?
A situação política no Haiti
é a pior. O país está cada vez mais nas mãos de corporações transnacionais e
governos imperialistas. São estes últimos que, agora, o administram totalmente.
Claro que em defesa dos seus próprios interesses. De fato, apoiando-se nos
lacaios do executivo e do parlamento, eles conseguiram aprovar leis que reduzem
o salário mínimo (não só em termos nominais). Ainda segundo essa realidade, os
produtos de primeira necessidade, transporte, serviços médicos ou ainda
habitação, aumentam sem parar.
O povo protesta diariamente.
No entanto, a força de ocupação, a MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para a
chamada Estabilização do Haiti) e a Polícia Nacional reprimem fortemente o
tempo todo. Assim, as manifestações múltiplas são quase impossíveis ou, pelo
menos, desembocam sempre em duras repressões e muitas vezes em confrontos de
rua.
Globalmente, a situação social, consequência da dominação
política e econômica do imperialismo, piora diariamente.
Quais são as forças políticas presentes
atualmente?
Pouco a pouco ressurgem os
partidários, que já tinham acumulado o suficiente. São demasiado ricos, hoje,
para querer investir o dinheiro roubado durante seus trinta anos no poder. A
presença de seu líder principal, Jean-Claude Duvalier, ajuda a reagrupar e
estruturar o grupo.
Sua forma de governo atual é o presidencialismo.
História
O
território que atualmente corresponde ao Haiti era ocupado por índios
arauaques, quando, em 1492, Cristóvão Colombo chegou à ilha. Os espanhóis
batizaram o lugar de Hispaniola, ocupando, primeiramente, a porção oriental do
território. Escravizaram os índios que ali vivam, e até o final do século XVI,
a população nativa foi reduzida em quase toda sua totalidade.
Em
1697, através da assinatura do Tratado de Ryswick envolvendo Espanha e França,
a parte ocidental da ilha, onde atualmente fica o Haiti, foi cedida à França,
recebendo o nome de Saint Domingue, sendo a mais importante possessão francesa
nas Américas, onde ocorreu o cultivo de açúcar com a utilização de mão de obra
escrava africana. Porém, os escravos africanos, influenciados pela Revolução
Francesa, rebelaram-se em 1791, liderados pelo ex-escravo Toussaint
L’Ouverture.
A
abolição da escravidão ocorreu no ano de 1794, Toussaint foi nomeado governador
vitalício em 1801. No entanto, uma expedição francesa encarregada de
reconquistar a ilha prendeu Toussaint, que fora enviado para França, onde
morreu em 1803.
Jean-Jacques Dessalines, antigo escravo, deu continuidade ao movimento de
resistência, o resultado foi positivo, pois o país obteve sua independência no
dia 1° de janeiro de 1804 e passou a se chamar Haiti, sendo a primeira
República Negra das Américas e o primeiro país latino-americano a se declarar
independente.
A
elite, composta por mulatos, ficou insatisfeita com a nova política instalada
no país, e, em 1806, tomou o poder após o assassinato de Dessalines. O Haiti
teve sua administração fragmentada, o norte ficou sob domínio de Henri
Christophe, o sul foi governado por Alexandre Pétion. Somente em 1820, sob o
governo de Jean-Pierre Boyer, o país foi unificado.
Um dos
períodos mais conturbados da história do Haiti teve início em 1957. Naquele
ano, o médico François “Papa Doc” Duvalier foi eleito presidente da nação,
instalando um regime ditatorial baseado na repressão militar que perseguiu
muitos opositores – inclusive a Igreja Católica –, sua guarda pessoal, os
tontons macoutes (bichos papões) eram os responsáveis pelos massacres.
O Papa
Doc foi assassinado em 1971, no entanto, seu filho Jean-Claude Duvalier, o Baby
Doc, assumiu a presidência do Haiti, dando continuidade às perseguições. Os
protestos populares contra o regime ditatorial se intensificaram, e Baby Doc
fugiu para a França em 1986, deixando no poder uma junta chefiada pelo general
Henri Namphy.
Sob
nova Constituição, realizaram eleições presidenciais livres em 1990, a maioria
dos eleitores (67%) optou pelo padre esquerdista Jean-Bertrand Aristide. Porém, no mesmo ano, Aristides foi deposto por um novo
golpe militar e a ditadura foi novamente imposta no país. A Organização das
Nações Unidas (ONU) impôs sanções econômicas ao Haiti para forçar a volta de
Aristides. Somente em 1994, Aristide retornou ao cargo de presidente do Haiti.
Entretanto,
os problemas no Haiti persistiram, fazendo com que Aristides fugisse para a
África em fevereiro de 2004 e, atualmente, o país sofre intervenção
internacional pela ONU.
Além de
todos esses entraves políticos, a população haitiana enfrenta vários problemas
de ordem socioeconômica. O Haiti é o país economicamente mais pobre das
Américas, cerca de 60% da população é subnutrida e mais da metade vive com
menos de 1 dólar por dia.
Em janeiro de 2010, um terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter atingiu o
país, provocando uma série de feridos, desabrigados e mortes. Estima-se que
mais de 120 mil pessoas morreram em consequência desse terremoto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário